Já tinha ouvido falar nas Novas Oportunidades e no sistema R.V.C.C. e pensei: “Porque não?”, é uma oportunidade única para eu concluir os meus estudos. Sabia que ia ser difícil, mas não impossível!
Ainda recordo alguns momentos difíceis…
Ao chegar a casa após um dia de trabalho esgotante, eu e a minha filha preparamos o jantar e comemos. Olho para o relógio, são horas… Mas o meu sofá “convida-me” a deitar, a esticar as pernas (e se elas estavam cansadas!). Que bom seria ligar a televisão e deixar-me ficar, mas não, não posso, tenho aulas! Fui eu que me propus a fazer o 9ºano, ninguém me obrigou, portanto olho mais uma vez para o meu “amigo sofá” e digo-lhe um “até logo” que mal se percebe…
Visto o casaco, pego no caderno, abro a porta e saio para a rua. Sinto o frio na cara e aconchego mais o casaco no pescoço. Começa a chover e penso: ”Agora, aos 51 anos é que pensaste estudar? Estavas tão bem em casa… O que fazes aqui ao frio e à chuva?” Limpo este pensamento negativo e digo para mim: “É bom aprender, é bom poder “abrir” a caixinha das minhas memórias e rever o que durante toda a minha vida, nas minhas rotinas e no meu emprego, eu aprendi! As competências que adquiri: na Matemática, no Português, na Cidadania e nas Técnicas de Informática. Isto tudo com a ajuda de uma equipa de profissionais de RVCC e formadores.
É com estes pensamentos, que chego ao portão da escola Dr. Jaime Magalhães Lima. Lá dentro, já se encontram os meus colegas, o Grupo 15. Aproximo-me com um “olá” e percebo como estamos todos cansados, mas com um sorriso de orelha a orelha por estarmos ali. Conversamos um pouco até chegar a nossa profissional que, com toda a sua energia, nos diz: “Boa-noite!”, e lá vamos nós. Dentro daquelas quatro paredes esquecemos tudo, reina a boa disposição e a vontade de aprender (fosse qual fosse a área).
Quando a aula termina o cansaço já não existe, estamos todos animados e sem pressa de ir para casa, por isso reunimo-nos lá fora. Não sentimos o frio e a chuva já parou, por isso a conversa animada estende-se. Com o passar da hora, despedimo-nos com um ”até à próxima aula” (como um compromisso a que ninguém podia falhar).
Hoje, sinto que o processo de R.V.C.C. serviu para carregar as baterias, acordar as memórias guardadas e fazer amigos! As profissionais e os formadores foram excelentes e todos formávamos uma EQUIPA!
Agora, já penso no 12ºano…
E tu, já pensaste em continuar a estudar? Se sim, não esperes mais, agarra esta oportunidade!
BEM-HAJA!
Madalena Ramos, Grupo 15 – RVCC de Nível Básico
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