Começo com algumas palavras dirigidas às pessoas que criticam o processo de RVCC. O diploma que conquisto não o recebo com os 6, 8 meses ou mesmo 1 ou 2 anos de processo mas com 34 anos de vida.
Infelizmente, acredito que as críticas partam de pessoas que frequentam ou frequentaram o processo RVCC. A forma leviana como falam do processo ajuda, e muito, a que este não seja visto de forma credível. É triste pois deveriam ser os primeiros a perceber o trabalho e a dedicação que temos para terminar o 12º. Ano. Talvez a culpa também seja da forma díspar como os vários Centros Novas Oportunidades funcionam. Apenas posso falar do CNO que frequentei e, em relação a este, só posso dizer bem. Encontrei pessoas que nos apoiaram, ajudaram e facilitaram mas sem nunca deixarem de ser profissionais competentes e exigentes.
Com estas palavras, também pretendo que, qualquer pessoa que ainda não tenha completado o 12º ano, acredite que as experiências, que tenham vivenciado e que os obrigou a crescer e a aprender, sejam suficientes para completar o processo RVCC. Não esquecer que essa experiência é apenas a base porque sem trabalho nada se consegue.
Não posso negar que houve momentos no início do processo em que me senti confusa e com medo de não ter capacidade para o concluir e, foi nesta altura, que a profissional de RVCC teve um papel crucial, incentivando-me e apoiando-me. Claro que existiram temas que foram mais complicados, como por exemplo, quando tive que falar sobre o ciclo da água ou sobre a parte mecânica de uma máquina de lavar. Fosse por esquecimento ou porque era um assunto que nunca tinha tido curiosidade em aprofundar, simplesmente não sabia. E é nessa altura que entra o trabalho de que falei no parágrafo anterior: pesquisando e consultando, descobrem-se coisas novas ou simplesmente relembramos assuntos que até deveriam fazer parte da nossa cultura geral.
Tenho que reconhecer que tudo se tornou mais fácil quando me foi dado o manual de desconstrução do referencial de competências. Acredito que tenha sido um trabalho nada fácil de realizar mas é, sem dúvida, 50% do trabalho que precisamos de fazer.
Desta forma, construí a minha História de Vida ao mesmo tempo que estudava o Referencial o que, na minha opinião, é a forma mais prática e rápida de conseguir validar o maior número de competências na História de Vida.
Todo este trabalho é um espelho das passagens mais importantes da minha vida e que, de alguma forma, me deram o conhecimento que hoje possuo. Sempre me considerei uma pessoa de mente aberta e tentei sempre adaptar-me às novas realidades. Esta nova etapa da minha vida serviu, não só para perceber que estou viva intelectualmente, como para confirmar que sou uma lutadora e que quando quero, com trabalho, consigo alcançar qualquer objectivo.
Algo prático que aprendi com o processo RVCC foi sem dúvida a forma como escrevo e leio. Sempre gostei muito de ler e até mesmo de escrever mas, depois das sessões que tive com a Professora Fátima Fernandes, desenvolvi competências que estavam adormecidas. Hoje, escrevo e leio de forma diferente, tendo atenção às regras, não só da forma como se estrutura um texto, mas também na forma como se escreve.
Sobre o futuro, imagino-me com os meus filhos e com a minha família. Também me imagino na Universidade. Gostava muito de tirar o curso de Psicologia. Preciso de reestruturar a minha vida a nível de horários e depois só quero parar quando acabar o curso.
“Aproveita todas as oportunidades da tua vida pois, quando elas passam, demoram muito tempo para voltar.”
Paulo Coelho
Carla Azevedo - Grupo 14 RVCC - Nível Secundário
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